quarta-feira, 13 de julho de 2011

O caminho mais longo

Preciso contar o motivo das minhas noites em claro e do meu sono diurno. Ele se chama Nick Hornby. Para ser mais específica, estou falando de seu livro Uma longa queda (Editora Rocco), que não me deixou dormir direito enquanto eu não acabei de ler.

Quatro pessoas muito diferentes se encontram no alto de um afamado prédio Londrino na noite de Ano Novo. Mas não era para uma festa moderninha. Na verdade, eles pretendiam se jogar de lá, os quatro. A presença dos demais, porém, acabou com a solenidade do momento. Na falta de coisa melhor para fazer eles começam a discutir e iniciam uma espécie de competição para ver quem é o mais desgraçado.

São os quatro personagens que nos contam a história, cada um pela sua perspectiva, sempre muito distintas. Maureen, uma senhora que cria sozinha o filho que vive em estado vegetativo, é de uma inocência inacreditável, Jess é uma adolescente mais perdida que a média, verborrágica e surtada, Martin é um apresentador de TV decadente e envolvido em escândalos, mas que se acha inteligente e irônico, e JJ, um ex-aspirante a astro do rock que virou entregador de pizzas e não sabe onde colocar a vida que sobra.

Daí, a história poderia ter virado um novelão sobre a força da amizade unindo os quatro, mas a verdade é que eles se insultam o tempo todo, não se identificam com os outros, nem se consideram amigos. Acho que eles continuam juntos porque não têm muitas opções e já foram tão sinceros que podem dispensar as máscaras.

É legal ver como a vida de todo mundo é complicada, mas que também poderíamos fazê-la mais simples. E às vezes basta estar mais perto dos outros, mesmo que tão diferentes, eles não tem uma fórmula na mão para resolver nada, mas isso ajuda a fazer o mundo girar. E a olharmos um pouco mais para fora do umbigo.

Pode não parecer, mas o livro é engraçado. O tal do humor inglês, creio eu. Lembro de um trechinho, para exemplificar, mais ou menos assim:

" - Queria ser menos idiota, disse. Era para ser engraçado, mas ninguém riu."

3 comentários:

Sarah disse...

interessante este livro... como dizem: pimenta nos olhos dos outros é refresco... mas também podemos aprender a enxergar nossos próprios problemas com os olhos dos outros...

Anônimo disse...

eles se jogaram no final?? conta o final rs

ma disse...

Eu não conto o final, mas empresto o livro :)