quinta-feira, 14 de julho de 2011

Animais e humanos: uma relação complicada

Quais são os limites desta relação? Mudei de opinião diversas vezes sobre este assunto. Quando criança não tinha muitos problemas em definir esta relação, não via diferença entre entres os animas e humanos.
Com o passar do tempo fui descobrindo de onde vinha a carne que comia, a lã e o couro que me vestiam e o transporte feito nos lombos dos pobres equinos e bovinos, sem falar e claro nos pets. A partir dai comecei a perceber que existiam duas categorias, a dos explorados e a dos exploradores. Acredito que para aplacar a angústia que tinha de ver o outro ser vivo sofrer, inconscientemente coloquei os animais em um patamar diferente dos seres humanos, considerando-os somente como seres irracionais desprovidos de qualquer privilégio que os seres racionais pudessem ter, permitindo assim sua continua exploração sem peso na consciência. Não que a partir dai passasse a judiar dos animais, nunca gostei disso, mas conseguia continuar comendo minha carne normalmente.
Há alguns anos, depois de tomar mais conhecimento do sofrimento dos animais na produção de alimentos, vestimenta etc para os humanos, passei a me questionar novamente se essa atitude era aceitável, mesmo para seres em patamares inferiores ao do humano. Passei a questionar este patamar também. Quem foi que decidiu quem explora quem? Apenas porque somos mais fortes temos este direito? Não somos todos seres vivos? Sentimos dor, prazer, alegria, raiva... Moramos no mesmo planeta e dependemos uns dos outros. O que nos faz melhores? Somos todos terráqueos. O documentário "Terráqueos" diz exatamente o meu sentimento nos últimos tempos e minha revolta com a exploração dos mais fracos, sejam humanos ou animais. Sempre me questiono se um mundo com mais harmonia e respeito seria possível se tentássemos...

5 comentários:

Anônimo disse...

eu acho que tendemos a não comer mais carne assim como não escravizamos mais. vejo algumas pessoas que já perceberam o absurdo e estão sendo os primeiros vegetarianos. eu, no entanto, ainda não me sinto preparada.há os com visões do futuro e os com visões no passado, afinal, o que são aquelas touradas???

Anônimo disse...

Não sei por que não consigo sentir amor próprio. As pessoas sempre dizem para me valorizar, mas não tenho essa necessidade. Eu acho estranho... se eu tivesse amor próprio como seria? Eu imagino que eu não tenha pelos sintomas que eu não gosto de falar. Um dia eu falo, eu prometo. Tenho dificuldade de demonstrar fraqueza, mas fico na dúvida... muitas vezes demonstro minha fraqueza, mas outras vezes não consigo, principalmente quando se trata de fraqueza emocional. Não gosto de contar que acho que fui rejeitada por alguém e acabo aceitando esta rejeição. Isso desde criança. Por isso acredito que não tenho amor próprio... Será que eu não posso ser diferente e viver para agradar os outros? Eu acho que eu posso mas vou ter que esquecer outras pessoas... a gente é o que a gente acha que é. Ninguém conhece mais a gente do que a gente mesmo. Eu acho que não tenho uma causa. Quando as pessoas falam que a humanidade vai acabar eu não acho ruim. Só acho triste a dor que todos vão sentir. Mas depois que passar tudo vai ficar bem para o resto dos terráqueos....
Assinado: olivia

Anônimo disse...

Quando me questiono sobre o tratamento que o homem dá aos animais, não deixo de pensar se não estamos transferindo para outras espécies os valores que o homem criou para organizar o próprio convívio.

Ainda que seja um sistema que tenha que mudar, não acredito que seja necessário se tornar vegetariano, pois a crueldade, a meu ver, não está no ato em si de se alimentar de outras vidas, mas, como foi colocado, de sujeitá-las a um regime de tortura e exploração, do qual é possível de desviar sem abolir o consumo de produtos de origem animal.

E, sim! Acredito que a humanidade vai mesmo acabar, seja lá por qual motivo, afinal toda espécie está fadada a extinção. Mas não acho que o mundo se tornará melhor ou pior, continuará apenas sendo mundo. Afinal, quem atribui valores para a natureza e sente com a sua destruição, mais do que qualquer outra espécie, é o ser humano. As demais apenas vivem um dia após o outro e a Terra sempre tem, literalmente, todo o tempo do mundo para se reconstruir.

ma disse...

Eu também acho que o maior problema não é matar para comer, mas criar os animais da forma como criamos.

Robson disse...

Acredito que qualquer mudança de comportamento nesse sentido só pode ser impulsionada pela solidariedade. Uma condição necessária para isto é a consciência de que animais sofrem desnecessariamente. Agora, seria essa também uma condição suficiente, isto é, o simples fato de se ter consciência implica em alguma dose de solidariedade?