quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Ontem ele estava aqui indo e vindo, voando e pousando no meu teclado.

- Saí bichinho, eu preciso trabalhar, não tenho tempo.

Entrou embaixo das teclas. Saí daí, preciso escrever, não posso te esperar. Preciso digitar essas letras. Ainda está aí? Vê se saí, eu vou embora, já estou atrasada, não tenho tempo de te tirar do teclado. Nem sei como.

Eu não tinha tempo, mas ele, sim. Aquela era a hora de ir e vir, voar e pousar. Hoje, na mesa, suas asas. Delicadas, transparentes, duas gotas de ar feitas para voar por uma tarde inteira e nada mais.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Impostos e impostores

Não tenho paciência para essas notícias sobre como pagamos muitos impostos no Brasil. Na última semana, com a divulgação dos novos números do “impostômetro” várias matérias foram veiculadas sobre isso, infelizmente todas iguais. As reportagens falam sobre como os impostos dos alimentos e produtos prejudicam, sobretudo, os mais pobres. E param por aí. Claro, porque os empresários interessados em difundir esses dados param por aí e poucos com poder de divulgação e questionamento parecem querer ir além.

É verdade que esses impostos prejudicam os mais pobres? Sim, mas abolir ou diminuir esses impostos também não trará prejuízos, principalmente para essas pessoas? Para equilibrar essa conta de forma justa e sustentável é necessário aumentar os impostos dos mais ricos, sobretaxar as grandes fortunas. Vamos também discutir isso na televisão?

Um dos problemas é que os impostos estão concentrados nos produtos de consumo. Segundo o Ipea, os 10% mais pobres gastam 33% da renda em impostos embutidos nos produtos, já que gastam neles a maior parte de sua renda, enquanto os mais ricos perdem só 22,7%, pois os impostos estão concentrados nos produtos de consumo, não no patrimônio ou na renda. Para reverter o quadro, porém, não basta diminuir os impostos dos produtos, precisamos aumentar os que incidem sobre a renda e o patrimônio. E mudar a distribuição atual: no Brasil, a alíquota máxima do imposto de renda, de 27,5%, é aplicada para rendas a partir de R$ 3.743,00. Ou seja, se o trabalhor@ ganha R$ 3.743,01 pagará 27,5% disso em impostos. Se sua renda for de R$ 10 mil, R$ 50 mil ou mais, também contribuirá com 27,5% de impostos. Legal, né? Fora a sonegação fiscal. A professora que está há 20 anos na rede pública, se especializou e trabalha em dois empregos para, com sorte, ter essa renda pagará o mesmo que um grande executivo. Com a diferença, que o imposto da professora já vem descontado na folha de pagamento, já o do executivo... sabe lá quanto ele vai declarar e quanto tira por fora.

A desigualdade também se repete entre os tributos das pequenas empresas e das médias e grandes. Mas quem mais reclama dos altos tributos?

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Eu gosto cada dia mais dos animais:

http://revistaepoca.globo.com/Saude-e-bem-estar/fotos/2011/08/os-bichos-sao-felizes.html

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Respiro

Acho que às vezes a gente só precisa de um tempo. Esse respiro pode não resolver nenhum problema, pode até evidenciar alguns deles, mas ajuda a ver as coisas do tamanho que elas são. Eu tive um "respiro" de bastante trabalho fora de São Paulo e foi a melhor surpresa que me aconteceu ultimamente. Longe do cotidiano, parece que fica mais fácil também ver nossa vida com algum distanciamento, como se estivéssemos num balão observando a terra, vemos o labirinto complexo, mas também conseguimos ver que a saída dele não está tão longe nem é tão impossível de ser alcançada. É difícil conseguir ter esse tempo no meio do furacão, pode acontecer por acaso, mas se não, acho que vale a pena o esforço.