terça-feira, 5 de abril de 2016

Pornográfica

Pornográfica, a alegria chegou desafiando os bons costumes, a dor, as tristezas, a vida e a morte. Enfrentando o sistema, a razão, o medo, o futuro. 
Sorrateira, se espreitou no riso no canto da boca, que tentamos esconder. Ela não respeita as notícias tão sérias dos jornais, nem a doença, não teme as epidemias que assolam o país, nem pensa no dia de amanhã. Ela é frágil, mas tem  força suficiente para subjugar toda pretensa razão. Invade os quartos escuros e faz promessas ao pé do ouvido, daquelas que ninguém seria capaz de acreditar, mas insistimos em dizer sim. 
Traiçoeira, ela se vai com a mesma força com que apareceu, sem motivo, sem explicação, sem licença, nem pedido de desculpas. Desrespeita o horário de trabalho, os feriados, a casa montada, as passagens compradas, o sim e o não.