sábado, 24 de julho de 2010

Paralisia do sono


Andava na rua enxergando tudo embaçado e dizendo para todos que iria cair naquele buraco. De repente não havia mais buraco. Me encolhi no canto da parede porque alguém chegava. Em pé, diante de mim, eu mesma - reconheci pelo tênis. Olhei para aquela que era eu e pensei: estou louca, não acredito que fiquei louca. Acordei, era sonho.
Consciente, vi minha irmã estudando na cozinha. Como não conseguia abrir os olhos completamente, percebi que acontecia de novo: paralisia. Pregada na cama, eu gritava. Tentava levantar os braços chamando por ela, mas ela não fazia nada. Gritei mais e então ela olhou pra mim, disse alguma coisa que não ouvi e se virou para o livro novamente. Caramba, nem pra vir me chacoalhar! Continuei gritando e segundos depois 'desparalisei'. Somente a nitidez com que saía o nome dela e meus braços transparentes eram alucinações. O resto, realidade.

Depois que o Chaves me disse que essas paralisias têm explicação científica, e é até comum na população, não tenho tanto medo e chego a achar graça depois que tudo passa. Dizem mesmo que posso aproveitar o momento e ter boas alucinações. Da próxima vez vou tentar reproduzir meu sonho e 'sair do corpo'.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ótima figura! Ótimo texto! Da próxima vez, se houver próxima, não esqueça de dividir conosco suas alucinações... chaves

Anônimo disse...

Adorei!
Finalmente escreveu... E de quem é a pintura, sabe?

Anônimo disse...

a pintura é de um Cauê Piloto; pelo que entendi, artista plástico, mas eu não o conheço.