sexta-feira, 22 de junho de 2012

Da loucura

Dom Quixote e Sancho Pança – um por conta da loucura e outro da ingenuidade – se esforçam para acreditar em suas aventuras. Buscam se perder nas histórias, pois intuem que só assim conseguirão se encontrar. É a loucura de Dom Quixote que permite a ele unir suas ações ao que sente e pensa, a colocar-se no mundo da forma inteira como deseja. É também a loucura de Dom Quixote que dá a Sancho uma outra perspectiva de vida e uma outra forma de colocar-se, sem precisar abrir mão de suas raízes e de quem sempre foi. Se esta é uma loucura libertadora, que dá sentido à vida, é preciso acreditar nela. É preciso criá-la se for o caso.

E nós, para ser quem sentimos que somos, não precisamos também sustentar alguma forma de loucura ?

2 comentários:

Sarah disse...

Muito bonito. Complexo também... Da minha parte penso que sou meio inocente (isso se tomarmos que os conceitos de harmonia, bondade e igualdade são meros artifícios criados pelos humanos para a proliferação da espécie) e meio louca (se tomarmos a realidade pelo que a maior parte das pessoas acredita ser real)... acho que o sonho de viver em harmonia com o planeta e seus habitantes seja a minha loucura e inocência... e por este sonho seria capaz de abdicar deste modo de vida confortável que vivemos...

ma disse...

É a conclusão de um trabalho que fiz sobre o Dom Quixote.